O dia 27 de agosto é uma data mais do que especial. É quando se festeja o Dia Nacional do Corretor de Imóveis, profissional que tem papel essencial no funcionamento do mercado imobiliário. Afinal, sem esse personagem, a engrenagem não anda. Simplesmente, todas as vendas de imóveis novos passam pelo corretor, como também grande parte do comércio de usados. Parabéns corretor imobiliário!
Mas a questão vai mais longe. Hoje, a importância desse profissional está muito além do simples mecanismo de oferta e venda. Ele deixou de ser um trabalhador apenas do comércio. O mercado atual exige dele o desempenho de um consultor. Espera que atue como um prestador de serviços capaz de compreender a demanda do cliente e ajudá-lo a encontrar as soluções adequadas para as suas necessidades específicas. Por isso, o profissional do século 21 acaba por assessorar o cliente ao longo de todo o ciclo de comercialização. É um baita desafio para o corretor de imóveis.
Carreira de tradição
Nem todo mundo sabe, mas a profissão de corretor de imóveis é carregada de tradição no Brasil. A regulamentação profissional veio com a Lei nº 6.530, de 1978, que promoveu avanços e vantagens para a categoria. Regulamentada pelo Decreto-lei nº 81.871, a nova lei também abriu espaço para a inscrição dos profissionais já atuantes e regidos por uma norma anterior, de 1962. Esse movimento provocou uma grande adesão dos corretores mais antigos, que procuraram a revalidação de suas licenças. Como ainda permitiu a consolidação da profissão de corretor de imóveis em todo o país. Nas décadas de 1980 e 90, foram criados nada menos que 24 conselhos regionais pelo país.
Já no Brasil colonial
Mas há quem enxergue o papel do corretor já lá atrás, na história do Brasil. É que a chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808, representou um grande desenvolvimento para o país em diversas áreas. O príncipe regente Dom João VI não apenas veio acompanhado de milhares de nobres e outras pessoas de distintas profissões. Trouxe também um estilo de vida diferenciado que logo quis implantar no Brasil. Foi então que surgiram algumas profissões inéditas. Entre elas, pode-se dizer, um ofício semelhante ao do corretor de imóveis. Isso porque o Rio de Janeiro era uma cidade pequena e sem infraestrutura. De um dia para o outro, toda aquela nobreza precisava ser hospedada. O príncipe regente não teve dúvidas: mandou requisitar as casas dos habitantes da cidade.
Curiosidade
Os homens que executavam a tarefa expulsavam os moradores e mandavam pintar nas fachadas as letras “PR” (Príncipe Real). Já os despejados ironizavam e traduziam a sigla como “ponha-se na rua”. A revolta foi grande. Tanto que muitos portugueses se intimidaram na hora de tomar imóveis que não eram seus e aceitaram pagar pelo uso. Percebendo a oportunidade de fazer negócios e também de organizar a situação, o cidadão Antônio Armando Mariano de Arantes Costa passou a intermediar as negociações. Para muitos, pode-se dizer que ele foi o primeiro corretor de imóveis do Brasil.
Antes ainda?
Há quem defenda que a profissão começou ainda mais cedo. Pois, àquela altura, algumas pessoas já estariam ganhando a vida na função de conseguir pousada para os desbravadores desse enorme país. E mais: por tratar-se de um negócio que propõe o desenvolvimento de um determinado lugar, existe quem perceba o trabalho do corretor de imóveis ainda antes. Afinal, em 1500, logo após o descobrimento do Brasil, Pero Vaz de Caminha, funcionário do reino português, enviou sua famosa carta divulgando para a Europa as maravilhas do “Novo Mundo”. Desse ângulo, essa seria a estreia da profissão no Brasil.